sábado, 30 de outubro de 2010

Triângulo da prevenção

Há varias formas de se tratar acidentes com cães, porém quando vamos tratar deste assunto relacionado aos agentes de campo, é necessário falar do que chamo de triangulo da prevenção.
Sempre que um desses acidentes acontecem, são três os envolvidos direta ou indiretamente, a empresa, o agente e  o cliente, ou seja, o dono do cão, por isso que chamo de triângulo, tem três lados um representando cada envolvido.
Se só um desses envolvido se dedicar a prevenir os acidentes, os resultados serão muito limitados. Pois há algo para que cada um faça, para que os resultados sejam alcançados de maneira significativa.
Para que fique bem claro quem são esses envolvidos vamos falar um pouquinho de cada um deles. 
Primeiramente as empresas. Quem são as empresas envolvidas?
Todas que tenham funcionários que trabalhem fora dos limites de seus muros, ou seja, aqueles que vão até o cliente e com isso acabam expostos aos cães, e conseqüentemente aos acidentes.  E nunca é demais lembrar, que os acidentes com cães não são apenas o fato de ser mordido por um cachorro, apesar desses tipos de acidentes serem os mais comentados.
Sito como exemplo dessas empresas, os correios, as empresas distribuidoras de água e as fornecedoras de energia elétrica, essas três, são as maiores vítimas em todo o país. Porém há tantas outras, como as de monitoramento de alarmes, prestadoras de qualquer serviço a domicílio, como jardinagens, limpezas, concertos, dedetizações e etc., também as que entregam seus produtos em nossas casas como, supermercados, lojas, pizzarias, isso só para citar alguns exemplos.
E quem são os agentes?
Todos os que trabalham em um serviço como os citados acima, porém vou citar alguns.
A figura mais relacionada com acidentes com cães são os carteiros, seguidos dos que fazem a litura dos relógios de água e de energia elétrica. Porém, além desses e de outros das empresas que já citei, há alguns agentes de campo, que prestam serviços diariamente expostos a esses riscos, e que geralmente não pensamos neles como agentes de campo. São eles:
Policiais Militares, Civis e Federais, os Bombeiros, que na maioria dos estados também são Policiais Militares e os Guardas Municipais.
Poderíamos ficar horas citando exemplos de agentes de campo, porém acho que os exemplos já dados são mais que suficientes. 
E os clientes quem são?
Bom, os clientes somos todos nós, quem nunca precisou de um desses profissionais mencionados anteriormente, ou quem não está sujeito a precisar de algum deles?
Quem não recebe correspondência? Quantos não utilizam água e energia elétrica? Apesar de existirem pessoas que ainda não tem esse privilégio, para vergonha de nosso país. E quem pode dizer que nunca precisou e que nunca vai precisar da Polícia ou Bombeiros?
Alguns de nós utilizamos todos estes que foram descritos, e muitos outros agentes de campo, outros de nós, utilizamos pelo menos alguns desses, e não importa onde moramos, se nas áreas urbanas ou nas áreas rurais, somos todos clientes e temos nossa parcela de responsabilidade a assumir.
Porém o triangulo da prevenção não é aquele triângulo eqüilátero, com lados iguais e ângulos iguais. Ele é o triangulo escaleno, com os três lados diferentes e os três ângulos diferentes, pois as reponsabolidades de cada um são diferentes.
O mais curioso desse triângulo, cujos lados representam a responsabilidade de cada um, é que o menor lado é o da empresa e o maior do agente.
Geralmente pensamos que quem tem que ter a maior responsabilidade em tudo é a empresa, é quem tem dinheiro, é quem lucra. Porém nesse caso essa não é a realidade. Estranho mesmo é dizer que o cliente tem mais responsabilidades que a empresa, ainda mais no mundo de hoje, onde o cliente sempre tem razão, ele paga pelo serviço e quer mais e mais comodidade.
Talvez até infelizmente, mas essa é a realidade no mundo da prevenção dos acidentes com cães, porém, falaremos com mais detales desse assunto posteriormente. Nesse momento o mais importante é saber que para uma prevenção de acidentes realmente significativa, é preciso envolver os três lados do triângulo da prevenção, empresas, clientes e agentes de campo, cada um com sua responsabilidade.   


  



quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Porque os cães mordem?

Porque os cães mordem?
Quando fazemos a pergunta: Porque os cães mordem? As respostas podem ser as mais variadas e algumas até engraçadas.
Lembro-me, de que em uma das minhas palestras, ao fazer esta pergunta uma pessoa me respondeu: “porque eles têm dentes, ora bolas”. Na verdade ele acaba tendo razão, porém, essa não é a resposta que melhor explica a questão.
Os bois e ovelhas, por exemplo, também têm dentes e normalmente não os usam para morder pessoas, então isso nos leva a conclusão que os cães têm algo mais que os motivam a nos morder.
Na verdade os cães só mordem por dois motivos: por caça e por defesa, que nada mais é que instintos naturais da espécie.
Na prática, o que é caça? E o que é defesa?
Caça: é um instinto natural que os cães têm e que trazem consigo desde os seus mais antigos ancestrais, necessário à sua sobrevivência na natureza. É o interesse de entrar em uma “luta”, geralmente, com algo que se move e que acham que podem vencer.
            Esse instinto utilizado na busca de alimentos na natureza é para os cães como se fosse uma disputa esportiva, e só entram nela se acreditam que vão vencer.
Nossos cães domésticos ainda guardam esse comportamento consigo, mesmo sem necessitarem dele para adquirir alimentos.   
Quando um cão brinca com uma bolinha, é porque a bolinha desperta seu instinto de caça, quando quer pegar o gato que caminha sobre o muro, é porque o gato está despertando seu instinto de caça, quando pega a roupa que balança no varal, é também por esse o motivo.
Infelizmente alguns acidentes gravíssimos, talvez que resultem até em morte, também é em decorrência desse mesmo instinto.
Um exemplo de muito comum é quando um cão de raça forte como Rottweiler, Pit Bull, Dobermann ou qualquer outro cão (considerados de caça alta) atacam crianças.
Geralmente a culpa desses acidentes é atribuída à agressividade desta ou daquela raça, mas na verdade não tem nada a ver com ser ou não agressivo e sim com caça.
Porém, é aceitável que as pessoas não compreendam que o animal que matou uma criança, na verdade não é mau, ele só estava brincando de ser selvagem.
 Defesa. Esse é outro instinto natural dos cães que também existe desde os seus ancestrais mais antigos e que é extremamente necessário para a sobrevivência dos cães na natureza.
É a necessidade de usar da força e agressividade, para proteger sua família, seu território, seu alimento e principalmente a si mesmo.
Não se trata mais de um jogo, é uma necessidade, uma obrigação, é quando o cão sente-se em perigo e não tem outra saída, necessita atacar naquele exato momento para não ser atacado.
Quando um cão ataca (briga) com outro cão que entrou no seu espaço é por defesa do território, quando o cão avança em quem tenta mexer ou se aproximar de sua vasilha de comida, é por defesa do seu alimento, quando o cão morde o pé que pisou em seu rabo também é por defesa.
Quando se fala em defesa surge a necessidade de comentar outro fato importante na vida dos cães, e que influencia muito para que cause acidentes: a liderança das matilhas, que já falamos um pouco anteriormente.
Não importa que mordida seja, se foi aquela de brincadeira na barra da calça do dono, ou aquela que matou o ladrão que invadiu o quintal, é sempre por um desses motivos, caça ou defesa.
Também é utilizando esses instintos que nós, os adestradores, conseguimos que os cães façam ataques sob comandos.   
Já tratamos um pouco, bem superficialmente é claro, de cão e de acidentes, na próxima postagem vou falar sobre o que chamo de triangulo da prevenção.
Esse assunto é muito útil ao agente de campo e suas empresas, acompanhem.
Até a próxima.


terça-feira, 26 de outubro de 2010

Vivendo em matilha

Vamos falar um pouco sobre o comportamento dos cães em seu ambiente natural, o ambiente selvagem.
Vamos utilizar, para essa representação, o cão selvagem, mais conhecido: o lobo.
Em uma alcatéia (grupo de lobos), cada um tem seu lugar, a sua função no grupo, que é de extrema importância para a sobrevivência nesse tipo de ambiente. O grupo tem também um território, que pertence exclusivamente a eles, membros de outra matilha, ou alcatéia no caso dos lobos, nesse local são considerados invasores.
É nesse espaço que a alcatéia vai encontrar o necessário para sua sobrevivência, água, comida, abrigo e etc.
Dentro do grupo, o lobo, assim como os cães, tem duas posições bem definidas a ocupar, a posição de líder ou a de liderado. Vou explicar. 
A posição de líder é única em uma alcatéia, e essencial para que os lobos sobrevivam em harmonia e segurança.
O líder, geralmente o mais forte, tem algumas vantagens devido a sua posição, é ele quem escolhe para onde ir, é ele quem cruza com as fêmeas no cio do grupo, e mesmo não tendo a obrigação de caçar, apenas auxilia na caça, quando a alcatéia abate uma presa, ele é o primeiro a comer, e come as melhores partes da caça, isso só para citar algumas vantagens. 
Porém nem tudo são vantagens na vida do líder, ele tem algumas obrigações bastante arriscadas, é dele a difícil tarefa de proteger a alcatéia e o território contra invasores, algo que pode custar sua vida, demarcar o território, de guiar a alcatéia por onde tenha água e comida sempre dentro do seu território, manter a harmonia entre os membros de seu grupo e o mais difícil no meu ponto de vista, manter sua posição de líder, outro fato que pode custar sua vida. 
Já as funções de liderados são um pouco mais tranqüilas, e não é única como a do líder, eles geralmente dividem as funções, uns tem a função de auxiliar o líder na defesa do território e caçar, outros só de caçar, e alguns extremamente covardes e fracos, que a alcatéia faz questão de mantê-los assim, tem também sua função, a de alerta, pois por serem medrosos, alertam os demais, diante de qualquer suspeita de perigo.
           Essa é uma estrutura de extrema importância para a sobrevivência da alcatéia, se faltar algum desses membros, o próprio grupo vai dar um jeito de suprir essa necessidade, se faltar o líder, alguém vai lutar e ocupar essa posição, para o bem de todos, se faltar o covarde os demais vão submeter alguém a essa posição, e sempre essas coisas são definidas através de violência e lutas entre eles.  


Porém esse é um assunto um tanto quanto difícil de explicar, cada pessoa tem uma maneira de falar sobre isso, com tudo não foge muito do que foi dito nesse resumo, mais é possível encontrar explicações com mais detalhes na internet, se achar interessante, também existem alguns vídeos, sugiro esta série, Lobos-Território Selvagem.
Mas por qual motivo estamos falando sobre isso em um espaço de prevenção de acidentes com cães?
O motivo é simples, quando trazemos cães para nossas casas, é claro que são domesticados, porém trazem com eles esses instintos naturais dos cães selvagens, dos quais são descendentes, e isso pode causar confusões que acabam se transformando em acidentes.
Também os nossos cães domesticados, acreditam que essa estrutura de alcatéia, que no caso dos cães chama-se matilha, é necessária para a sobrevivência, então para eles, ela tem que ser mantida em nossa casa, eles acreditam que as pessoas da casa fazem parte de sua matilha, e é ai que se nosso cão não tiver bem esclarecido em sua mente que ele está ocupando um dos lugares de liderado, as coisas podem ficar complicadas.
Esse é, por exemplo, o maior motivo que cães atacam o próprio dono, ou não tem claro quem é o líder e estão tentando assumir a liderança, para o bem de sua matilha, ou pior, quando o cão acredita ser o líder, e ataca para manter sua posição, quando acha que essa posição esta sendo ameaçada pelo dono, o que é o normal no ambiente selvagem.
Muitas outras atitudes dos cães têm haver com essa estrutura de matilha, que nos nossos cães domésticos nada mais é que instintos herdados de seus ancestrais, falaremos muito disso nesse blog.
Porém quero terminar essa postagem com uma pergunta.

Você sabe por que os cães mordem?

Então não perca a próxima.  

Até mais.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O que é um cão?

Hoje o nosso convívio com os cães é gigantesco.
São milhares de raças conhecidas, uma quantidade ainda maior de cães sem raças definidas, esses que comumente chamamos de vira-latas, são cães de diversos tamanhos, tanto os de raças como os sem, com os mais variados tipos de tratamento e utilidades por parte de seus donos.
Veja nas pessoas dois sentimentos, em relação aos cães.
Um como algo necessário, o cão de guarda ou apenas o alarme, apenas para latir quando chegar alguém, aquele que está no quintal com uma utilidade e só, tendo apenas o necessário e em alguns casos nem isso, com poucas exceções.
O outro, o cão de estimação, como diria um Tenente que conheço o cão do abraço, esse geralmente com bons tratamentos, às vezes até exagerado, cama, brinquedos, ração de melhor qualidade, banho, tosa, petiscos, tratamento de saúde em clinicas especializadas, roupinhas de diversos modelos e muito mais.  
Se entrarmos em uma loja especializada em produtos para cães, e observarmos o que tem lá, veremos que eles tem tudo a disposição, tanto para saúde, quanto beleza, diversão, alimentação e tudo que precisarmos, ou queremos para eles, porém isso tem feito as pessoas esquecerem de algo muito importante que tem contribuído muito para que os acidentes com cães aconteçam. As pessoas têm esquecido que os cães são animais selvagens, sim animais selvagens, que domesticamos e colocamos dentro de nossas casas.
É verdade que algumas raças nem chegaram a viver na natureza, foram desenvolvidas, principalmente através de cruzas e até por auxílio de outros métodos, já no ambiente doméstico, porém sempre através da genética dos cães selvagens.
Esse fato, da genética do cão selvagem estar em todos os cães, e mantém neles o que chamamos de instinto, e que é a explicação para muitas coisas que acontecem, e que não queríamos que acontecessem, com nossos cachorros, como por exemplo, os ataques indevidos. Também é por isso que algumas coisas são possíveis, o fato de podermos ter um cão de guarda, ou podermos ensinar alguns exercícios de obediência, porém vamos tratar isso com mais detalhes em outras postagens.
Então faço uma pergunta na qual as pessoas não pensam muito:
 O que é um cão?
A resposta que acho que mais se adéqua a essa pergunta é:
O cão é um animal quadrúpede, mamífero, onívoro (carnívoro e herbívoro ao mesmo tempo), dotado de grande memória, cujos alguns têm a capacidade de desenvolver agressividade contra alguém e a maioria tem a capacidade de desenvolver agressividade contra alguma coisa.
Com essa definição vemos que conhecemos menos do que imaginamos sobre esses animais. Que um cão é quadrúpede todos sabem, que é mamífero também, porém que é herbívoro para a maioria das pessoas é novidade, é comum as pessoas dizerem que os cães comem grama quando estão com dor de barriga, o que não é verdade, os vegetais fazem parte da alimentação deles, é alimento e não remédio, tanto que as rações disponível no mercado pet, já suprem essa necessidade, todas contém vegetais.
Uma informação que podemos dizer que é bem diferente da que temos no dia-dia, é que os cães têm memória e não inteligência propriamente ditas como costumamos dizer, o cão aprende com associações e não como raciocínio lógico idêntico aos humanos, como as pessoas pensão, por mais que às vezes temos essa impressão.
O fato de dizer que alguns cães têm capacidade de desenvolver agressividade contra alguém, é porque alguns conseguem atacar uma pessoa, um ser diferente deles, com tamanhos diferentes, formas diferentes, movimentos diferentes, sons diferentes e mesmo assim esses cães têm capacidade de atacar esse “bicho” tão diferente deles.   
Quando dizemos que alguns têm capacidade de desenvolver agressão contra alguma coisa, é pelo fato que alguns não têm capacidade de atacar uma pessoa, porém tem condições de atacar outro bicho, de tamanho igual ou menor que o seu, como um gato ou outro cachorro, por exemplo.
É importante citar, que apesar de termos já raças identificadas por terem essas capacidades bem definidas, ter capacidade para atacar pessoas ou não, não depende unicamente da raça, isso varia de cão para cão, mesmo dentro das raças já definidas, é comum vermos cães, de raças classificadas como cães de guarda, que não mordem. É verdade que alguns desses cães, com um pouco de adestramento fariam ataques espetaculares, porém outros nem com o melhor adestramento do mundo atacariam alguém.
Também vemos raças que sua característica principal é à docilidade, porém encontramos exemplares extremamente agressivos ao seres humanos. Ou seja, apesar de termos definições entre as raças, a capacidade de desenvolver agressividade conta alguém ou alguma coisa, varia de cão para cão. Lembre-se que toda regra tem exceção.
Mas o que não podemos esquecer é, por mais domesticado que seja, por mais obediente ou comportado que seja, mesmo que pequenininho, lindinho, cheiroso, com lassinho nas orelhas ou gravatinha, esmalte nas unhas, dormindo na cama dos donos ou no colo, passeando no carro, ou sendo chamado de “meu amor” ou “meu bebê, e muito mais, é apenas um animal selvagem ou pelo menos, tem em sua genética muito do animal selvagem e por isso necessita de alguns tratamentos adequados, próprios de sua espécie.
Também é importante saber que qualquer cão é capaz de provocar um acidente, independente de raça ou tamanho, não são apenas os cães grandes que provocam acidentes, falaremos mais desse assunto nas próximas postagens.
Até mais, um abraço.
  


domingo, 24 de outubro de 2010

O que é acidentes com cães?

Todos os anos milhares de acidentes com cães acontecem, apesar de termos conhecimento de apenas alguns. As vítimas são varias, entre elas, os prestadores de serviços de empresas, que fazem trabalho fora da área das empresas, os quais eu chamo de agentes de campo.
Então diante do grande número de pessoas, geralmente do departamento pessoal, que procuraram alguém das equipes dos canis que eu trabalhei, para ajudá-los sobre esse assunto, eu resolvi desenvolver um trabalho que pudesse auxiliar na prevenção dos acidentes que atingem esses agentes.
            Três motivos me incentivavam a desenvolver esse trabalho.
O primeiro é ver que esse é um assunto de que quase não se encontram pessoas com condições de tratar, apesar de haver muitos adestradores e pessoas que trabalhão com cães em nosso país, a prevenção de acidentes é algo muito diferente e com muito mais detalhes. Também quase não há materiais disponíveis sobre o assunto.
            O segundo motivo, é que ao longo de minha vida, também já estive envolvido em acidentes com cães, tanto como vítima, ou como culpado de acidentes envolvendo outras pessoas.  Sem falar ainda, que na função de policial militar me enquadro no grupo de agentes de campo, sujeito aos acidentes.
            O terceiro motivo, é que quando um desses acidentes acontecem, a culpa cai sempre sobre o cão, e quase que na totalidade dos casos, ele é tão vítima quanto a pessoa ferida por ele. Por esse motivo, eu sendo um profissional, do qual o cão é uma ferramenta de extrema importância, me sinto na obrigação de defendê-lo das acusações não verdadeiras que recaem sobre ele.
            Então diante desses motivos e movido por muita curiosidade, iniciei uma pesquisa sobre o assunto, e aliei ao conhecimento já adquirido sobre comportamento canino e transformei em uma palestra, na qual trato sobre o assunto de maneira bastante simples, onde as pessoas não necessitam de conhecimento aprofundado sobre cachorro, nem de utilização de equipamentos para conseguir resultado. A palestra já foi ministrada em algumas empresas, e se mostrou bastante eficaz.
            Quando comecei a pesquisar sobre o assunto tive algumas surpresas, a maior delas é que a maioria das pessoas não sabe responder a seguinte pergunta:
            O que é acidente com cães?
            Diante dessa pergunta as pessoas logo dizem sobre um cachorro que matou uma criança, do cachorro que mordeu o próprio dono, sempre coisas que ouviram alguém comentando ou que viram pela televisão. Ainda isso está sempre relacionado a um cão de determinada raça, geralmente grande, e quase que na totalidade dos casos envolve um Rottweiler, ou principalmente o tão criminalizado Pit bull.
            Isso é explicável pelo fato que, quando um desses acidentes acontecem, as emissoras de televisão passam em rede nacional por dias seguidos, ficando fácil sabermos que isso é um acidente com cão. Porém quando um motociclista morre ao cair com sua motocicleta, tentando desviar de um cachorrinho que estava solto na rua, ninguém fala em acidentes com cães, só se fala na imprudência do trânsito, nos riscos da motocicleta e coisas assim.
            Quando uma pessoa está hospitalizada, contaminada por uma das zoonoses, doenças transmitidas por cães para seres humanos, também não se fala em acidentes com cães, pode até ser divulgado algo, porém sobre a carência de médicos nos hospitais, falta de leitos e coisas nesse sentido e nunca sobre acidentes com cães.
            Eu definiria acidentes com cães, todo fato que possa causar danos as pessoas, animais, coisas e até mesmo ao próprio cão, das quais tenham como agente causador, por qualquer motivo, um cão. Seja esse fato, mordida, arranhões, acidentes de trânsito, transmissão de doenças e etc.
            Esse espaço foi criado, com a finalidade de orientar sobre acidentes com cães, suas causas, como evitá-los, ou como tornar menos graves, os não possíveis de evitar. Também falaremos como agir corretamente após um acidente e as atitudes inadequadas que auxiliam a eles acontecerem, sobre comportamento canino, adestramento e muito mais, continuem acompanhado.
            Um abraço e até mais.